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Segunda, 03 de Janeiro 2022

NFT é a palavra do ano: investidores vão ganhar dinheiro com o token em 2022? Veja as análises

Fundos permitem exposição ao ativo digital que virou sinônimo de projetos de arte e publicidade

Por Gabriela da Cunha, Valor Investe — Rio

Na já tradicional escolha de palavra do ano, organizada pelo grupo que publica o dicionário Collins, 2021 será lembrado pelo termo NFT. A sigla para ‘non-fungible token’ (token não fungível, em português) foi definida pela publicação como “um certificado digital único, registrado em um blockchain, que é usado para registrar a propriedade de um ativo como uma obra de arte ou um colecionável”. Seu uso cresceu 11.000% no último ano, afirmou a empresa, que analisou 4,5 bilhões de palavras. Com isso, o grupo organizador da publicação não teve dúvidas em escolher NFT como a palavra do ano 2021.

Nessa edição, a escolha chama atenção por um ponto em comum entre três das dez candidatas. O NFT desbancou outras concorrentes de peso: “crypto”, uma abreviação de “criptomoeda”, e “metaverso”, a nova fronteira do mundo virtual e que também já causa euforia. No ano passado, o dicionário Collins escolheu “lockdown” como palavra do ano.

A importância do termo NFT pode ser medida pela régua dos investimentos. Em termos globais, o mercado cresceu US$ 2,5 bilhões no primeiro semestre desse ano, puxado pelo mercado da arte, e, também, pelas áreas da publicidade e marketing, com empresas como Taco Bell, Coca-Cola, Campbell’s, Budweiser, Microsoft, Nike, Marvel, e Warner Bros realizando grandes projetos.

“Os NFTs estão expandindo rapidamente o setor de arte, e tornando a arte mais acessível a mais pessoas. Esperamos um grande crescimento à medida que grandes marcas – como, por exemplo, a Nike – lançam tokens oficiais e projetos”, comenta ao Valor Investe o fundador e presidente da Passfolio, David Gobaud. A fintech americana permite investir em títulos na bolsa americana utilizando criptomoedas a partir da conversão dos ativos digitais em dólares. Sediada em São Francisco, a empresa tem investido na oferta de produtos e serviços focando o público brasileiro.

Segundo o monitoramento do site NonFungible.com, o mercado primário, onde os ativos estão em seu estágio inicial de emissão, ainda dominam esse universo. Na parcela mais madura do setor — chamado de mercado secundário —, onde os usuários compram e vendem NFTs entre si, 65% dos tokens comprados resultaram em lucro, de acordo com a plataforma de venda OpenSea.

O lançamento de NFTs pouco lucrativos, o risco de bolha, além das questões de impacto ambiental para sua geração, são algumas discussões em torno desse tipo de ativo, criado a partir de uma imensidão de computadores que gera a rede blockchain. A tecnologia opera como um sistema de registro de informações (uma espécie de cartório) digital.

Para Fabricio Tota, diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin, independentemente de “números estratosféricos” que acompanham a criação de colecionáveis e a sua venda, a tecnologia tem demonstrado capacidade de viabilizar a realização dos projetos em metaverso e gaming, o que possibilita que se tenha os ativos digitais representados por NFTs.

“Veio um turbilhão de ideias sobre NFTs em 2021 e isso trouxe casos bem mais concretos do que uma simples euforia pelo tema. Muitas empresas se perguntaram o que poderiam criar com NFTs. Nós, do Mercado Bitcoin, por exemplo, fizemos três investimentos sobre esse tema. Ou seja, pela diversidade de ofertas, NFT foi sim uma boa oportunidade de diversificação de investimentos”, comenta.

Entre as opções já disponíveis para os usuários diversificarem seus investimentos, o “Coin NFT” tem aporte mínimo de R$ 1.000 para todos os investidores. O fundo “Vitreo Metaverso Ações FIA BDR Nível I”, é composto de BDRs (recibos de ações estrangeiras negociados na bolsa brasileira), até 20% de ações no exterior e até 10% em criptomoedas ligadas a gamecoins (criptoativos que fazem parte da categoria) e NFTs.

Na opção do BTG Pactual, a alocação é de 20% em NFTs e gamecoins e 80% em “swaps” de ETFs de criptoativos como QBTC11, QETH11 e o HASH11. Na casa, a taxa de administração de 0,50% ao ano. A liquidez é de cinco dias corridos até a cotização + dois dias úteis para o pagamento. A modalidade é recomendada pelo banco para investidores de perfil moderado, que já entendam a volatilidade do mercado e que possuem reserva de emergência.

O quê esperar do token em 2022?

Atualmente, o mercado de NFT está mais voltado para o varejo (no geral, mais de 80% de todas as transações foram de menos de US$ 10 mil) do que o mercado de criptomoedas tradicional, que continua se destacando. A criptomoeda ethereum (ETH), que é um dos protocolos usados para criação de NFTs, foi o ativo com melhor performance em 2021, no levantamento que observa os investimentos realizados pelo brasileiro. De acordo com a plataforma Yubb, o rendimento do início do ano até 22 de dezembro foi de +482,60%, seguido pelo bitcoin (BTC) +83,71%, enquanto a poupança nova encerra o ano com rendimento abaixo dos 3% e o Ibovespa se encaminha para fechar em queda.

Ainda assim, em 2022, diferentes projeções apontam para um cenário de maior maturidade das negociações em investimentos com NFT.

Do ponto de vista da segurança em relação à prestação de serviços de ativos virtuais, o Senado Federal deve discutir o projeto que regula, por órgão do governo federal, o funcionamento das prestadoras de serviços de criptoativos, como corretoras. O projeto já foi aprovado na Câmara Federal em dezembro.

Além disso, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) acompanha os três negócios escolhidos para o seu sandbox, um ambiente criado em 2019 pelo Ministério da Economia para desenvolver a emissão de valores mobiliários digitais, a criação de novos mercados de negociação e o uso da tecnologia blockchain. O regulador anunciou em outubro que quase 70% das propostas recebidas para o sandbox tratou da “tokenização” de ativos. Um dos resultados que esse ambiente pode gerar é o aumento da quantidade de ativos à disposição dos investidores. (Veja mais)

No cenário nacional, os NFTs encontrados nos mercados imobiliário e de florestas e, também, no futebol têm acelerado o lançamento de ativos digitais-não fungíveis que contém, em si, características únicas e autênticas.

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Na outra ponta, o varejo continua mostrando interesse nesse tipo de token. Em novembro, a plataforma Finder.com divulgou que o percentual de brasileiros que já possuem os tokens é de 12%, semelhante à média global (número inflado pelos tokens ligados a times de futebol), mas o nível de pessoas dispostas a adotar a modalidade em seu portfólio chega a 22%. As Filipinas têm o maior percentual de usuários de NFTs, com 32% dos 28 mil usuários entrevistados.

“Quando olhamos para os investidores, percebe-se que ainda é algo que exige muita pesquisa para se comprar uma NFT de valor relevante. Por isso, muitas empresas passaram a olhar para essa opção para que se torne mais acessível e permita um acesso direto. Nós mesmos [do Mercado Bitcoin] pretendemos lançar uma plataforma para ofertar NFTs acessíveis em termos financeiros, mas, sobretudo, na relação de ter um parceiro que entende e que pode acompanhar nesse universo”, afirma Tota.

“Os NFTs parecem ser o motivo que tornará o mercado de criptomoedas “mainstream” em 2022”, projeta Goubad.

Fonte: Valor Investe

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