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Sexta, 11 de Abril 2014

1° casamento coletivo realizado em escola na BA sela união de 30 anos

Após 30 anos de união, Maria das Graças e Evandro Diasoficializaram relação em casamento coletivo 
(Foto: Henrique Mendes/ G1)

 

Cerimônia para 18 casais foi realizada na manhã desta quinta, em Salvador.
Projeto tem objetivo de agilizar a união civil e levar comodidade aos noivos.

 

O aposentado Evandro de Oliveira, 63 anos, e a servidora pública Maria das Graças Vieira, 54, estão juntos desde 1984. Em quase 30 anos, construíram um lar e tiveram uma filha, hoje com 27 anos. Na manhã desta quinta-feira (10), o casal decidiu oficializar a relação por meio de um casamento coletivo no Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães, na Avenida San Martin, em Salvador.

 

Com mais 17 casais, Evandro e Maria das Graças inauguraram o projeto piloto idealizado pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), em parceria com secretarias estaduais, visando descentralizar a oficialização de matrimônios do Fórum das Famílias, em Nazaré, para mais cinco escolas estaduais da capital baiana. Conforme o órgão, o projeto tem a pretensão de aproximar o Poder Judiciário das comunidades, como também agilizar a realização dos casamentos.

 

"Meu pai tinha acabado de falecer quando nos conhecemos e aquele sonho do casamento, de entrar na igreja acompanhada, acabou sendo adiado. Mas nunca desistimos. Sempre falávamos sobre o assunto", disse Maria das Graças, ao relatar que a promoção do casamento coletivo agilizou a realização do sonho do casal, que reside no bairro de Cajazeiras VI.

 

Comodidade


De acordo com o juiz da 6ª Vara da Família, Alberto Raimundo dos Santos, que realizou os 18 matrimônios, os casamentos coletivos na Bahia eram realizados a partir de demandas de comunidades ou mutirões da Justiça. "O projeto pretende estabelecer a perenidade da prática. As pessoas estavam agendando casamentos para quatro ou cinco meses e chegavam a pegar até três ônibus para chegar ao Fórum. Acho melhor que quatro juízes cheguem à comunidade do que 400 pessoas tenham que se deslocar até a Justiça", defende.

 

Ainda de acordo com o juiz, a decisão abrange a oficialização de relações heterosexuais e homoafetivas. "Ninguém pode decidir qual a nossa felicidade. Esta é grande sacada da sociedade atual. Gosto de realizar casamentos, porque ainda acredito na instituição e na sua diversidade", contou.

 

Para o presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Eserval Rocha, que esteve presente, a implantação do projeto aproxima a Justiça do povo. "Os serviços judiciários devem ser de fácil acesso. Não é possível que uma pessoa tenha que usar dois ou três transportes para chegar ao local do casamento", diz. Ele prevê que a descentralização dos matrimônios esteja consolidado no estado em até dois anos.

 

De acordo com a juíza Márcia Denise Macarenhas, assessora especial da Corregedoria Geral da Justiça na Bahia (CGJ), 97% dos casamentos na capital baiana eram realizados no Fórum das Famílias, ao lado do Fórum Ruy Barbosa, espaço que segundo ela, não acomoda satisfatoriamente noivos e familiares, sendo que 70% das pessoas que participavam das cerimônias permaneciam no lado externo do salão.

 

"Nós, magistrados, cada vez mais, temos consciência social e tudo fazemos para exercer adequadamente nossas funções em prol de uma Justiça cidadã. A população recebeu com muita alegria a inciativa do projeto de descentralização dos casamentos, por iniciativa  do Corregedor Geral da Justiça  Desembargador José Olegário Monção Caldas", disse a juíza.

 

Conforme Márcia Denise Macarenhas, o projeto deve dar comodidade aos moradores do município. "Cito o exemplo do Cartório de Pirajá, que compreende 40 bairros e todos os interessados que residem nessas localidades deslocam-se para o Fórum das Famílias, no centro da cidade, acompanhado de amigos e familiares. Com a descentralização, todos os moradores dos bairros de Valéria e Pirajá terão a oportunidade de realizar seu sonho matrimonial em uma escola próxima de seus lares", defendeu.

 

Histórias de amor


Na contramão do primeiro casal, Marcos Pires, 35 anos, e Daiane Pimentel, 30, estão juntos há 10 meses e logo decidiram oficializar a união. "Eu acredito que o casamento é um complemento da felicidade. Eu não penso em ter outra pessoa e acredito que ele [o noivo] também não. Por isso, decidimos por não esperar", diz Daiane. O casal conta que conseguiu preparar o casamento em menos de três meses, por meio da ação de descentralização.

 

Roberval Nascimento, 49 anos, e Hildete Maria Oliveira,de 51, aproveitaram a realização do casamento coletivo para oficilizar a relação de 20 anos. Com dois filhos, um de 28 e outro de 26, eles acreditam que o momento-chave havia chegado. "Sempre pensamos no assunto. Agora, que tivemos um netinho e fomos para um casa nova, decidimos que era o momento de começar essa nova fase. Que venha ainda mais felicidade e paz", deseja Hildete.

 

Estrutura


Segundo o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), são cinco colégios escolhidos para a realização dos casamentos descentralizados. Além do Luís Eduardo Magalhães, estão o Colégio Costa e Silva, no Largo Madragoa, Ribeira; a Escola Estadual Vale dos Lagos, no bairro São Marcos; o Colégio Edvaldo Brandão, em Cajazeiras; e o Colégio Estadual de Praia Grande, em Periperi.

 

Os casamentos nas escolas devem ocorrer, semanalmente, terça e sexta-feira. Nas Varas de Família, no Fórum, no bairro de Nazaré, vão ser realizados casamentos de casais procedentes dos cartórios dos seguintes bairros: Sé, Santana/São Pedro/Paço, Brotas, Vitória e Nazaré/Pilar.

 

No entanto, o TJ-BA ressalta que a pessoa pode escolher o local onde quer que seja realizada a cerimônia. As secretarias da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos; e da Educação, apoiam o projeto.

 

Roberval e Hildete oficializaram relação após 20 anos de união (Foto: Henrique Mendes/ G1)

 

Fonte: Site G1

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